16 de dez. de 2010

O sofrimento...

"Era uma criatura bondosa e jovem, que se criou no estreito círculo de suas ocupações domésticas e do trabalho disciplinado. (...) até o dia em que encontrou alguém para o qual se viu irresistivelmente atraída por um sentimento desconhecido. Nele concentrou todas as suas esperanças, esquecendo o mundo ao seu redor, nada ouvindo, nada vendo e nada sentindo senão esse homem, só a ele desejando. Não corrompida pelas frivolidades de uma vaidade volúvel, seu desejo conhece apenas um objetivo; ela quer pertencer-lhe, encontrar numa união eterna toda a felicidade que lhe falta, e fruir todas as alegrias pelas quais sempre ansiou. Promessas repetidas que lhe asseguram a realização de seus sonhos, carícias ousadas que atiçam seus desejos, tudo isso envolveu completamente a sua alma; ela flutua num estado de aturdimento, numa antecipação de todas as alegrias futuras, seus nervos estão tensos ao máximo, finalmente ela estende os braços ao encontro do seu ideal - e o homem amado a abandona. Estarrecida, fora de si, ela se encontra diante de um abismo. Ao seu redor, a escuridão, nenhuma esperança, nenhum consolo, nenhum futuro, porque aquele a quem tinha devotado a vida a deixou. Ela não consegue ver o mundo que está a sua volta, tampouco aqueles que poderiam compensar a perda; sente-se sozinha, abandonada e então, cegamente, desesperada e com o coração angustiado, ela se precipita nas águas, a fim de nelas encontrar a morte e afogar todos os seus tormentos. "
 
(Os Sofrimentos do Jovem Werther - Goethe)

9 de nov. de 2010

Comecei a descobrir sobre índios...

Ontem (quando eu comecei, ainda era “hoje”) tive uma aula que pelo menos pra mim, foi mega interessante. Tivemos um vídeo sobre a base brasileira africana e um pouco sobre a atualidade dos índios, e essa que me pegou.

Ok, índios são muito discutidos hoje, e como lembrado, eles são tratados como invisíveis, inexistentes. O que faz sentido, porque quanto mais falamos deles, mais coisa aparece.
E surgiu o caso do Santuário dos Pajés, uma área aqui de Brasília, mais precisamente no final da Asa Norte (preciso ir lá) onde vivem desde a construção da cidade. Por não poderem naturalmente viver na cidade, foi-lhes dado o local. Local que hoje está entregue para o futuro Setor Noroeste, o bairro ecológico que retira os índios e põe os ricos. Incoerente, hum.
Incoerente como a nossa suposta democracia. Incoerente como o tratamento humanitário a eles.

Colocamos a culpa nos portugueses, que chegaram matando geral os povos que aqui viviam, mas continuamos “expulsando-os” de nossas terras para continuar com o progresso. Continuamos tratando como ninguém importante, nada mais que selvagens que acham que a terra tem voz.

Quem são os loucos fora da realidade?
Eles morrem de doenças naturais e nós de doenças criadas pelo nosso estilo de vida.
Como dizem por aí: “eu tenho medo”.

Primeiro

Sempre tem que ser um nada, o primeiro, hehe.